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Publicado em 15 de março de 2018

Katia de Assis, Coordenadora de Operações do Hospital do Coração, apresenta sua visão sobre o empoderamento feminino no Facilities 

Um dado revelado pelo IBGE é alarmante: mesmo em número maior entre as pessoas com ensino superior completo, as mulheres ainda enfrentam desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens. E essa diferença ainda é mais acentuada quando se fala de cargos gerenciais. No setor de Facilities, existem formas de alterar essa grave realidade?

Segundo o estudo “Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil”, divulgado no dia 7 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de haver mais mulheres com ensino superior, elas ainda são minoria no mercado de trabalho.

  • Tomando por base a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5%, e os homens, 20,7%;
  • Considerando cargos gerenciais por sexo, segundo os grupos de idade e cor ou raça, 62,2% dos homens ocupavam cargos gerenciais, em 2016, contra 37,8% das mulheres.

Katia de Assis, Coordenadora de Operações do Hospital do Coração

Sobre o setor de Facilities, que agrega grande variedade de empresas e serviços, é bem possível que essa discrepância de oportunidades ainda seja grande. Todavia, há sinais que o movimento cultural em relação à igualdade de gênero esteja surtindo, aos poucos, efeito no campo corporativo.

“De certa maneira, as mulheres estão ganhando espaço, pois ainda é um setor dominado por homens, dependendo da área. Em engenharia, por exemplo, é difícil encontrar mulheres, mas isso está mudando. Muitas mulheres estão entrando no mercado e assumindo áreas estratégicas, que não sejam apenas operacionais. Entendo que é uma tendência”, analisa Katia de Assis, Coordenadora de Operações do Hospital do Coração em entrevista para o Blog da ABRAFAC.

Katia observa que em algumas áreas de prestação de serviços, existe uma grande divisão entre os gêneros, muitas vezes causados por fatores culturais pautados por antigos preconceitos. “As operações do Hospital do Coração é dominada pelas mulheres, todavia, algumas áreas como de engenharia, obras e manutenção ainda possuem uma maior presença masculina”.

Ações com poucos resultados

Sobre as mudanças em relação ao comportamento de gestores na contratação de mulheres para cargos estratégicos e gerenciais, a profissional revela que existe interesse de mulheres em preencher esses cargos, no entanto, algumas áreas estão bem dominadas por homens. Por outro lado, líderes até se mobilizam para articular mudanças, porém, no final, pouca coisa muda.

Katia relata que já acompanhou movimentos em relação à vontade de se contratar mulheres no hospital, principalmente, para o caso de manutenção em ambientes com pacientes do sexo feminino, porém não houve candidatas suficientes. “Pelo menos foi o que falaram”. Refletindo a contradição entre interesse a ação.

“Ainda há uma falta de confiança relacionada a contratação de mulheres para certos cargos. A forma de identificar profissionais por gênero, como o fato de sinalizarem quando o engenheiro for uma mulher, são paradigmas criados. Dependendo do cargo, isso acontece muito”.

Sobre o motivo para que isso ainda aconteça, a coordenadora afirma que esse é um resquício cultural. “Trata-se de uma divisão que é feita pela cultura. É o que aprendemos quando crianças. Áreas de segurança, por exemplo, sempre pensamos na figura masculina que vai resolver tudo. Assim, as imagens ficam marcadas”.

Empresas devem quebrar os paradigmas

Katia entende que precisa de mais empenho por parte de Gestores de Facilities e líderes de empreendimentos para que realmente fique visível essa diversidade em diferentes cargos. “Acredito que são as empresas que devem quebrar esses paradigmas. Tudo começa no RH, com a chegada de currículo. Como é feita essa seleção?”

Diretoria de Diversidade

Seguindo essa importante mobilização, a ABRAFAC possui uma Diretoria de Diversidade. Administrado por Andrea Cerqueira, a diretoria tem como objetivo dar atenção aos aspectos de inclusão de gênero, raça e orientação sexual dentro da gestão de serviço nos eventos.

Sobre o assunto, Katia de Assis, vê com bons olhos a iniciativa servir de referência para outras empresas. “Essa é uma de nossas cobranças, pois o preconceito é velado. As empresas podem não demonstrar o preconceito, mas você não enxerga uma diversidade em uma sua equipe. Quantas gerentes negras eu vi na vida?”

A profissional relembra um caso positivo sobre a sua escolha para o cargo estratégico. “Em uma reunião de diretores, me colocaram para apresentar resultados. Quando comecei a falar, me senti sendo julgada pelo CEO, mas de forma positiva, pois ficaram impressionados com o detalhismo.

Apesar disso, Katia observa que em alguns casos o preconceito é explícito e já presenciou casos. “Em alguns setores, como em obras, é perceptível o incômodo de alguns homens entrarem em contato com uma supervisora, pois acham que mulheres são “delicadas” demais para compreenderem o serviço”.

“As mulheres são capazes e estão esperando apenas a sociedade quebrar os paradigmas”, ressalta.

FM TacticsTerceirização: impactos da Nova Lei para Gestores de Facilities

Não perca o próximo FM Tactics! O tema, “Terceirização: Impactos da nova Lei para Gestores de Facilities”, tem hoje impacto em todos os setores da economia e em especial nas atividades ligadas à Facilities. A nova Lei da terceirização promulgada e a nova Lei da Reforma Trabalhista demandam às atividades prestadoras de serviços novas práticas e novos controles. Às tomadoras de serviços, esta demanda também se reflete na operacionalização de todas as atividades referentes ao negócio, cabe portanto, uma reflexão e um maior entendimento sobre todos estes novos processos.

Não perca tempo e inscreva-se: http://bit.ly/FMTacticsMar18 

Com informações: Época Negócios 

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02 jul 2019

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