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- INTRODUÇÃO
A melhoria do desempenho nas empresas tem um longo contexto no decorrer da história da
industrialização e, recentemente, devido aos cenários de sustentabilidade global, surge uma
grande expectativa de maiores resultados por meio da manufatura inteligente. Nos últimos
anos, as tendências tecnológicas têm sido uma força motriz de eficácia. As tecnologias
inovadoras integram dados, máquinas e processos para se comunicar e aprender uns com os
outros. A interoperabilidade, também, é um mecanismo que facilita essas conexões entre
componentes heterogêneos da indústria moderna via internet das coisas, internet de serviços e
internet das pessoas, fatores relevantes no ambiente de negócios de Facility Management.
Porém, essa complexa equação formada por métodos, processos, máquinas e, mais
recentemente, por inteligência artificial precisa estar em perfeita harmonia e o fator humano é
uma variável crucial para que os sistemas se conectem com mais eficiência e proporcionem
melhores resultados para as organizações. Neste sentido, este artigo tem como objetivo trazer
à tona uma reflexão sobre uma das direções do trabalho do futuro em um cenário onde FM 4.0
está inserido. O conteúdo aborda a relevância do desenvolvimento de múltiplos conhecimentos
em face às tendências tecnológicas e consequentemente à geração de melhores empregos em
uma realidade de alta competitividade e uma era em que as máquinas estão cada vez mais
inteligentes.
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- CONFIANÇA TECNOLÓGICA E O IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
O engajamento nas novas tecnologias disponíveis e a confiança na inteligência artificial vêm se
tornando um marco para organizações bem-sucedidas.
É conhecido que as conexões entre máquinas e humanos podem fazer uma grande diferença
na indústria. A aderência das empresas às tecnologias é uma realidade e fortalece o
crescimento do universo 4.0.
Ferramentas digitais estão mais acessíveis no ambiente de trabalho, tornando as equipes mais
eficientes e proporcionando resultados significativos. As necessidades também impulsionam
cada vez mais a aderência à automatização e à digitalização.
Recentemente, foi testemunhada a mudança sísmica para o uso de ferramentas de
telepresença por empresas e governos durante a pandemia do Covid-19, na medida em que a
crise da saúde pública exigia o desenvolvimento e a adoção de novos meios de realizar tarefas
em ambiente de negócios, na escola ou no lar.
Neste sentido, a pandemia veio comunicar que fatores críticos, como saúde também impactam
no desenvolvimento, aceleração e aceitação de novas tecnologias. Soluções inteligentes, por
exemplo, foram implementadas em hospitais e ambulatórios empresariais através do
direcionamento das habilidades de profissionais das áreas de TI. A análise de dados de
pacientes, a evolução de doenças e a previsão de tendências, a fim de aperfeiçoar diagnósticos
preventivos, viram nas ciências digitais uma grande aliada.
No entanto, ondas de crescimento tecnológico causam, ainda, preocupações e são obstáculos
para o desenvolvimento na indústria, pois a inteligência artificial ameaça a perda de espaço do
trabalho humano substituindo o julgamento e experiência, da mesma forma que ondas
anteriores de automação e informatização substituíram o trabalho físico e cognitivo repetitivo.
É consenso que aplicativos sofisticados de comunicação se apresentam como ferramentas
úteis e não deixam trabalhadores desalijados do mercado, como a IA poderia fazer mais
facilmente.
A inteligência artificial está longe de ser utilizada em larga escala na indústria e na saúde.
É especulativo prever como as empresas serão remodeladas através desta ciência dentro de
uma década ou mais, dependendo das forças de mercado.
Portanto, pelo lado do profissional, é desnecessária a preocupação com a concorrência
cibernética, uma vez que a flexibilidade humana continua sendo um atributo fundamental e que
ainda está fora do alcance das máquinas. Por outro lado, estar inserido no cenário de
modernização permite abrir portas para acessar novos conhecimentos.
Do ponto de vista de FM, deve-se observar a perspectiva de oportunidades ofertadas pela
transformação digital, a fim de melhorar a performance das operações e dos serviços prestados
aos clientes. A tecnologia de ponta impacta na substituição, mas também no aumento de
empregos, isso por uma variedade de fatores e não por sua própria existência. Encontrar ajuda
no aprendizado de máquinas para reduzir risco de segurança do trabalho, evitar doenças
ocupacionais, assegurar operações ininterrupta de sites e proporcionar a dedicação de tempo a
tarefas de maior valor agregado podem ser bons motivos para aumentar a confiança em
mentes artificiais.
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- EDUCAÇÃO INTELIGENTE – CAMINHOS PARA MELHORES EMPREGOS
Problemas modernos requerem competências e habilidades modernas. Portanto, superar a
ideia da ameaça das tecnologias emergentes, deixando atividades corriqueiras para a
máquinas executarem, abre espaço para a mente humana focar em situações mais complexas
e ampliar a capacidade profissional.
Com o aumento de demandas e a necessidade de agilidade nas entregas, um grande volume
de atividades exigirá cada vez mais habilidades diversas. No contexto de custos e
disponibilidade de profissionais uma “educação inteligente”, focada em multiplicidade de
conhecimentos e associada às ciências tecnológicas, apresenta-se como uma oportunidade
competitiva.
Empresas já investem na capacitação de técnicos com conhecimentos associados em
mecânica, elétrica, eletrônica e até pilotagem de drones. A amplitude de conhecimento varia de
acordo com os desafios do negócio. O gerenciamento da infraestrutura já vem experimentando
esse conceito e colhe grandes resultados na indústria. Jovens formados em escolas técnicas
empresariais recebem treinamentos com conteúdo de diversas disciplinas técnicas, manufatura
inteligente e digitalização. Além disso realizam tarefas de infraestrutura elétrica de alta tensão,
mecânica, hidráulica, telecomunicações e inspeções prediais em geral.
Gestores de infraestruturas catalisam o chamado FM 4.0, criando iniciativas e setores com foco
em digitalização. Utilidades inteligentes e serviços conectados aumentam a satisfação de
clientes e melhoram a performance de operações. Como consequência, oportunidades de
empregos emergem e requisitam competências técnicas e digitais, demonstrando que inovar
nessa área fortalece o surgimento de novos profissionais.
Dada a especificidade da área de utilidades, seria interessante que todos os setores
incentivassem as empresas, escolas técnicas e universidades a trabalharem em conjunto para
criar programas educacionais em um esforço para que os futuros funcionários recebam as
competências exigidas por um novo perfil de trabalho. Além disso, uma estratégia de
implementação sob medida poderia ser feita pelas empresas, implementando escolas próprias
com formação em sua excelência operacional, para que tenham expertise e habilidades para
encontrar soluções rápidas e eficientes. Em um mergulho mais profundo neste novo
ecossistema, aprimorar o desenvolvimento próprio de talentos administrativos e de engenharia
em escopos mais completos através de intensos change job functions podem proporcionar
talentos além do perfil nexialista.
CONCLUSÃO
Sabe-se que as tecnologias estão em sintonia com a economia, mudanças políticas e forças de
mercado. Essas variáveis deixam cada vez mais claro que estes fatores geram mudanças na
indústria e interferem na vida das pessoas. É razoável, portanto, que no contexto de trabalho
futuro questionamentos emerjam sobre a conexão entre competências de ponta e as
possibilidades de surgimento de melhores empregos. Contudo, cabe lembrar que, mudanças
contínuas geram oportunidades e deixar trabalhos que exigem alto esforço, velocidade e alto
risco para as máquinas é um balanço entre inovação e crescimento profissional.
Por isso as competências multidisciplinares podem ser a chave para proporcionar maior
capacidade ao ser humanos de solucionar problemas complexos de forma simples. Essa
maximização de funções em um único perfil profissional demonstra ser vantajosa também para
a indústria nas perspectivas de produtividade e competitividade. Já para a sociedade, o
desenvolvimento de mão de obra “extra capaz” impacta de forma abrangente no surgimento de
novas ciências e novos cargos.
A interoperabilidade pode ser um caminho para que a conexão homem e máquina funcione em
harmonia. Contudo, setores cruciais que cuidam das estratégias das empresas e do apoio do
governo necessitam estar inclinados à importância de se investir em treinamentos modernos
para que o uso consciente da tecnologia proporcione os resultados significativos esperados.
É certo que a busca pelo equilíbrio de fatores tecnológicos e suas influências no mercado de
trabalho proporcionam uma vasta discussão. Inspirar reflexões a respeito de incertezas e fatos
é o principal objetivo deste artigo. O grande ponto de partida é que não se sabe como o
trabalho humano vai ser no futuro, mas muitas profissões de amanhã serão diferentes das de
hoje e deverão sua existência ao progresso e às mudanças da indústria. Este conceito,
atualmente, não parece saliente de maneira global, mas no que diz respeito à adaptação aos
trabalhos do futuro, FM certamente será impactada.
REFERÊNCIAS:
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- (Santos e Martinho 2019)
- (Ghobakhloo 2018; Liao et al. 2017)
- (Veile et al. 2019)(Benešová e Tupã 2017)
- (David Autor, David A. Mindell, Elisabeth B. 2021)
João Claudio Nogueira
Chefe de departamento de Facility
Management da Robert Bosch-América Latina.
Graduado em Engenharia Industrial Mecânica, MBA em Desenvolvimento Gerencial e Mestre em Manufatura Inteligente.