Painel “Demografic Shift — Pessoas e Inclusão” apresentou importantes pontos de vista sobre acessibilidade e Facilities
Seguindo nosso especial com um resumo das palestras apresentadas no Congresso & Expo ABRAFAC 2018, mostramos mais uma oriunda do painel “Demografic Shift — Pessoas e Inclusão”. Anteriormente, contamos como foi a participação de Andrea Cerqueira, Diretora de Diversidade da ABRAFAC e presidente do Grupo Mulheres no Facilities e da Renata Andrade, Diretora de Técnica do Instituto Diversitas Soluções Inclusivas. Se perdeu, clique aqui e leia!
Nosso blog traz a inspiradora apresentação de Tabata Contri, consultora de inclusão de profissionais com deficiência e a primeira atriz cadeirante a fazer uma novela em nosso país!
Com energia contagiante, Tabata começou a palestra dizendo que não é comum participar de eventos com palcos acessíveis para pessoas com deficiências físicas e, por isso, estava feliz. “Faz 10 anos que trabalho com inclusão e diversidade de pessoas com deficiência no mercado, ministrando palestras em todo o país, e quantas vezes encontrei um palco com uma rampa? Posso contar nos dedos!”
Tabata seguiu narrando sua história que é marcada por uma tragédia de carro que a deixou paraplégica, há 17 anos. “Demorei quatro anos para voltar ao trabalho e isso impactou na minha vida financeira, social e psicológica. Quando voltei, assumi uma vaga de gerente de loja que vendia cadeira de rodas automatizadas”.
Em 2004, ela revelou que uma pessoa com deficiência atendendo o público era tão incomum, que gerava situações de pessoas questionando a veracidade de sua incapacidade de andar.
Talento Incluir
Há 10 anos, após uma breve e desafiadora carreira de atriz, ela entrou no projeto Talento Incluir, voltado para treinamentos de conscientização e inclusão sócio-econômica das pessoas com deficiência.
“Temos como propósito promover equidade nas relações humanas. Percebemos que mais inteligente do que tratar as pessoas com igualdade, devemos tratar com equidade, porque as pessoas não são iguais. Quando tratamos todos iguais, mesmo assim teremos diferenças. Equidade é dar para cada um o que ele precisa para criar um equilíbrio”.
Tabata relatou que o projeto foi impulsionado com a Lei de Cotas, destinadas para pessoas com deficiência física. “Existem cerca de 45 milhões de pessoas com deficiências, algumas aparentes e outras não. Nem mesmo na saúde existem profissionais preparados para lidar com pessoas deficientes”.
A palestrante relatou que quando um deficiente chega ao mercado de trabalho, após já ter sido excluído no ambiente educacional e esportivo, é visível que não existe o mesmo tipo de oportunidade. “A lei veio para ajudar. Sem ela, não teríamos tantas pessoas com deficiência trabalhando”.
Tabata afirmou que, em uma empresa, é o setor de Recursos Humanos que inicia o processo de contratação, todavia, a inclusão precisa ser coletiva. “A começar pela presidência e a diretoria, passando pelo jurídico, a comunicação, a medicina do trabalho até o Facility. Todos precisam assumir sua responsabilidade”.
Segundo a palestrante, o Gestor de Facilities precisa ser pró ativo para entender a demanda de funcionários junto com o RH e, assim, oferecer a acessibilidade para todos funcionários. “O Gestor de Facilities pode ajudar muito e entender as possibilidades do ambiente para oferecer os melhores meios para que a equipe seja mais produtiva”.
Diversidade e deficiência física
Tabata explicou que quando se fala de diversidade, trata-se de diferentes etnias, gerações, religião, gêneros, sexualidade, entre outros. “Quando pensamos nesse termo, achamos que é sempre o outro inserido em um grupo de iguais. No entanto, diversidade é você inserido no grupo. Não é o outro. É todo mundo junto e misturado. O ser humano é um universo. Uma pessoa com deficiência também possui, cada uma, sua particularidade, além desse fato similar”.
A palestrante concordou que a palavra “diferente” passa uma ideia negativa, no entanto explica que “ser diferente” significa apenas não ser igual ao outro, simples assim. “É tudo bem não ser igual. O respeito com o diferente é o mínimo que se pede, e isso requer olhar mais uma vez. Na primeira impressão quando conhecemos alguém, somos guiados pelos nossos preconceitos. Quando olhamos mais de uma vez, perguntamos o que a pessoa precisa e formamos uma opinião mais assertiva”.
Tabata relatou que a acessibilidade também é importante para a segurança das pessoas. Ela deu como exemplo a cozinha de sua casa que precisou ser adaptada após ter se queimado. “Isso mudou tudo na minha vida, pois me deu autonomia. Fiquei muito feliz. Por mais que precisemos de auxílio, e todos precisam, quando podemos fazer algo sozinho, é gratificante. Acessibilidade também é segurança”.
Fique de olho em nosso blog para o resumo das outras palestras!
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