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Evento online apresentou informações relevantes sobre o tema

A ABRAFAC realizou em 20 de julho mais um evento online FM Debate: Aplicação do BIM em FM, com mediação de Paulo Sérgio Fontebasso e participação de Elis Mayumi Borrelli e Luiz Henrique Ceotto. Na pauta, os benefícios do BIM (Building Information Modeling) na gestão de Facility Services e os benefícios resultantes nas etapas do ciclo de vida de uma edificação.

Na abertura, o vice-presidente da ABRAFAC, Mauro Campos, deu as boas vindas aos participantes e aproveitou para agradecer o apoio dos patrocinadores. Além disso, reforçou os eventos da agenda e convidou para a realização do Congresso Abrafac e Expo FM 2022 (https://abrafac.org.br/congresso-expo-2022), evento oficial dos profissionais de Property, Workplace e Facility Management, nos dias 25 e 26 de outubro em São Paulo.

Na grade de assuntos apresentados constaram temas como a importância da gestão de FM em empreendimentos imobiliários; como utilizar o BIM; a plataforma tecnológica como estratégia e conclusões finais sobre o tema.

Por que usar o BIM?

Ao assumir a palavra, Ceotto salientou a importância de um gerente de FM nos empreendimentos, já que o modelo de gestão impacta diretamente no meio ambiente. “Se custa projetar, é importante olhar um edifício de maneira global para analisar todas as questões envolvidas, principalmente as ambientais, no longo prazo”, disse o palestrante.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília, com curso de Mestrado em Engenharia de Estruturas pela Escola de Engenharia de São Carlos/USP, e Executive Certificate in Strategy and Innovation pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), o convidado relembrou de sua própria experiência profissional ao avaliar ciclos de 50 anos de edificações e as intervenções para retrofit.

De acordo com Ceotto, “apenas 15% dos custos acontecem durante a construção de um edifício. Já 80% do custo é proveniente do uso e operação”. Para o especialista, durante a idealização de um projeto há 100% de interferência, na concepção 80% e na execução 15%.

Justamente nesta fase é que as variáveis se tornam presentes, restando apenas 5% do custo para ser administrado durante o uso e operação – quando as empresas e profissionais de FM entram em cena.

“O que acontece com freqüência é a perda de toda a experiência, pois os projetistas não estão preparados para documentar as informações que serão utilizadas pelos FM´s com o prédio pronto”, disse.

Foi então, que o convidado chamou a atenção da audiência para a importância da utilização de plataformas de informação para a gestão. “Por que usar o BIM?”, disse ele, para acrescentar: “os projetos são cada vez mais complexos, as estruturas industrializadas e as interferências e informações presentes em análise que devem considerar a manutenção e precisão, além de interferências críticas e tolerâncias”.

Ainda com a palavra, Ceotto lembrou que tanto a complexidade dos projetos atuais quanto a manutenção futura também requerem o uso de plataforma de informação e interação tecnológica colaborativa com o envolvimento dos mais diversos profissionais: projetistas, FM´s, gerentes, equipe administrativa, fornecedores e empreiteiros.

“Esta é uma forma de reduzir problemas como o pouco comprometimento da indústria com o BIM e bibliotecas desatualizadas. “Com modelos contendo informações técnicas completas é possível evitar o improviso”. Portanto, segundo ele, a adoção de formatos de arquivo padronizados para download e a compatibilidade de softwares e sistemas são imprescindíveis.

Sobre os processos de projeto BIM, o convidado também indicou um problema freqüente: a falta de entendimento dos projetistas e definições claras. “Por isso a importância de um BIM Manager e coordenador de projetos”, enfatizou, listando ainda a dificuldade na evolução dos projetos e documentação 2D e 3D impressa.

Como conclusão Ceotto chamou a atenção para a necessidade dos profissionais de FM entenderem que a eficácia das iniciativas começa no projeto. “A implantação precisa ser muito desenvolvida, com a participação e capacitação das equipes utilizando o BIM, comprometimento de fornecedores e evolução de softwares”, concluiu.

Receita de bolo

Elis, Mestre em BIM-FM pela UFPR; Pós-Graduada em Gerenciamento e Execução de Obras pelo IDD; Engenheira Civil pela Universidade Federal do Paraná, e profissional com grande experiência projetos estruturais gestão de obras assumiu o comando da palestra para compartilhar um pouco da vivência ao fazer mestrado em BIM com foco no FM.

De acordo com ela, 70% do custo do ciclo de uma vida total de uma construção envolve manutenção e operação – preventiva e corretiva. Tanto que a gestão dos ativos deve considerar critérios como a avaliação de condições físicas e energia.

Para tanto, a especialista trouxe à tona a Lei de Sitter (lei de evolução de custos) que mostra a demora para iniciar obras de manutenção, o que gera reparos mais caros e trabalhosos. “Normalmente isso acontece porque as informações estão em gavetas”, pontuou. “O BIM faz com que as informações dentro do modelo não se percam dentro do ciclo de vida da edificação”, reforçou.

Como complemento, a profissional também trouxe para o debate a questão do desempenho X tempo. “Nada mais é que uma receita de bolo, na qual as informações devem ser colocadas no modelo para que os FM´s possam utilizar os dados quando assumem a gestão”.

Elis salientou que com o BIM a perda de informações é menor, enriquecendo ainda o projeto. Portanto, o modelo já de fazer uso da ferramenta já no desenvolvimento. Na fase da construção deve conter o detalhamento. Logo após o “BIM as built” deve contemplar os dados da construção para que, finalmente, o modelo de BIM FM esteja vinculado ao sistema de gerenciamento.

O modelo de registro precisa então conter dados como código de barras, data de fabricação e o COBie (Construction Operations Building Information Exchange), uma especificação originada nos EUA relacionada a informações de ativos gerenciados, incluindo espaço e equipamentos.

Desta forma, o BIM unifica informações e interoperabilidade reduzindo o tempo homem X hora mesmo em serviços simples, evitando um maior custo em manutenção e operação.

Para finalizar, a palestrante apresentou ainda conteúdo relacionado à ‘bíblia’ dos FM´s: “BIM for facility managers”, livro com conteúdo importante para os profissionais. “A ausência de definições claras de funções e responsabilidades, somada a falta de cultura e diferentes ferramentas impacta na falta efetiva de colaboração e cases reais comprovando o ROI – retorno sobre o investimento – e iniciativas entre o BIM e o FM”, pontuou a convidada.

Logo após, os dois convidados responderam perguntas enviadas pelos participantes e finalizaram o evento chamando a atenção para a importância para o setor do conhecimento e formação técnica.

Assista ao evento no canal do Youtube da ABRAFAC:

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