Ayuthaporn (Ek) Buranakul, Presidente da Thailand Facility Management Association (TFMA), contextualiza o mercado na região
Continente mais populoso do mundo, com 3,95 bilhões de habitantes (pouco mais de 60% da população mundial), a Ásia possui o maior território: 44.482.000 km², com 29,4% das terras emersas. Não é a toa que seja um dos que possuem melhor perspectiva quando assunto é Facility Management.
Continuando o Painel FM of the World, mostramos como foi a palestra de Ayuthaporn (Ek) Buranakul, Presidente da Thailand Facility Management Association (TFMA).
Ek é fundador da Peoplespace Consulting (Tailândia) Co., Ltd. e possui mais de 15 anos de experiência profissional com estratégia e design em ambientes de trabalho empresarial. Com ampla experiência e conhecimento sobre a região, onde afirmou ter conhecido diversos países do continente asiático, o especialista revelou que é uma região onde a diversidade é enorme, mas isso não atrapalha os negócios entre países e o resto do mundo.
Otimismo no setor de FM
“Sobre FM, temos alguns relatórios que mostram que a Ásia é o mercado mais crescente do mundo para esse tipo de profissão”, afirma o palestrante. Segundo ele, são muitas associações espalhadas como no Japão onde existe uma com 30 anos, somando mais de 6 mil sócios.
De acordo com Ek, a Malásia e Singapura são exemplos de países que tiveram sucesso na forma que adotaram o FM. “São países que pressionaram o governo para haver regulamentações”. Ele citou a Índia, China, Pequim, Xangai, como exemplos positivos de mercado.
Na Tailândia, Ek revelou que eles começaram a Thailand Facility Management Association há nove anos e possuem hoje 150 membros. “Tentamos ser ativos como a ABRAFAC”. Ele citou uma conferência que realizaram com a presença de profissionais da Indonésia e Vietnã.
Ek também falou sobre o comitê criado com 10 países da Ásia Sudeste. Ele cita alguns pontos que mostram uma perspectiva de ascensão da região como: o salário alto em países como Singapura; a região que possui 600 milhões de pessoas; o PIB que torna a região a sétima maior economia do mundo; e países como Camboja e Vietnã que estão começando a abrir mercado.
“Hoje em dia, metade dessa população mora em regiões rurais. Nos próximos cinco anos, isso vai mudar com uma migração para áreas urbanas, o que vai aumentar a demanda de prédios e construções”, explicou. Ek disse que na Indonésia o crescimento já é visível, assim como nas Filipinas, onde existe uma região apenas para negócios.
“A economia, em alguns lugares, está andando para 4.0 de crescimento. Outros emergentes, como o Camboja, estão passando da indústria leve para a pesada, o que já é necessário alguns serviços de Facilities”. O palestrante observou que a maioria dos prédios possui menos de 10 anos de existência. “O potencial é enorme nessa região”.
Tendências e desafios no mercado asiático
Ek identificou que o aumento de contratos globais levaram muitas atividades para a Ásia. Grandes corporações, como o Alibaba, estão começando com um departamento de FM. Todavia, ele percebe que apesar da evolução, é necessário respeitar modelos locais de trabalho. “Na Tailândia temos um contrato e é algo que se deve respeitar. Um dos deveres é comprar almoço para quem trabalha em casa para nós. Isso, não podemos considerar como um hábito internacional, por isso, deve-se entender os costumes locais”.
Outros desafios são os ecossistemas e os diferentes níveis de complexidade. “A dificuldade da linguagem dos contratos que são escritos em inglês e traduzidos diretamente na língua local. Por exemplo, não existe uma tradução do termo Facility Management para o mandarim, chinês ou tailandês”, indicou. Para Ek, isso dificulta a divulgação do tema e a importância de se adotar os padrões internacionais.
Tão importante quanto, a dificuldade em reter talentos na equipe também é um obstáculo. “Quando você conhece o FM, é claro que mais alguém vai querer te levar pra empresa dele. Isso é um problema grande na Tailândia e em outras partes da Ásia”, avaliou.
Ek também citou a falta de referência como dificuldade para o entendimento do setor como profissão. “Quando falamos de astronauta, bombeiro ou polícia, é possível ter uma referência. Mas quando um filho fala do desejo de ser FM, os pais não entendem”.
Outra questão desafiadora na Tailândia é a pouca quantidade de cursos e instituições de FM, além das poucas regulamentações por parte do governo.
Por essas razões, o palestrante explicou que é necessário que profissionais da região conscientizem sobre o que é o FM, não apenas para pessoas da indústria, mas igualmente para os clientes.
“Adotamos como modelo que a Gestão de Facilities integra lugares, pessoas e processos dentro do ambiente de edificações com propósito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e a produtividade dos negócios essenciais”, expôs.
Ek concluiu dizendo que, hoje em dia, o FM na Tailândia acredita nesse conceito e que vão seguir o seu propósito. “É isso que fazemos na nossa associação”.
Nos próximos textos daremos continuidade ao Painel FM of the World.
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