Stan Mitchel, CEO da Key Facilities Management, mostrou como a Austrália e o Reino Unido estão evoluindo no setor
Detentora do décimo primeiro lugar das nações com melhor PIB per capita, superando a Alemanha, França, Canadá e Japão – e bem próxima dos Estados Unidos – a Austrália é uma gigante quando se fala em economia. Em setembro, foi revelado um estudo apresentando o país da Oceania como o recordista em trimestres seguidos de crescimento econômico: 104. Nesses 26 anos crescendo, o país atravessou a crise dos tigres asiáticos, a bolha da internet e a grande crise financeira global de 2008, sem perder a forma.
Por essa grande relevância, o país foi pauta do Congresso & Expo ABRAFAC 2017. Para mostrar um pouco de como o setor de Facility Management deve muito à Austrália, Stan Mitchel, CEO da Key Facilities Management (substituindo Duncan Waddell, Presidente da Federação Global de FM), subiu ao palco como um dos participantes do Painel FM of the World. Veja como foi a sua palestra a seguir!
Stan começou sua palestra contando que muitos dos avanços em relação ao FM se devem à Austrália. “Há muitos anos, eles chegaram com uma agenda de ação. Os australianos fizeram muito pelo setor, antes mesmo das organizações do Reino Unido e da própria Austrália, quando apresentaram uma iniciativa governamental”.
O palestrante explicou que o governo apresentou ações que focavam em aspectos da economia, levando em conta o que eles queriam que fosse impulsionado. “Naquela época, eles escolheram o FM como um desses setores. E isso foi muito significativo para a nossa comunidade. Eles passaram anos estudando o assunto e o impacto que isso tinha na economia. Demonstravam uma visão fantástica, pois perceberam que poderiam tornar-se líderes no mercado”.
“Eles criaram certas habilidades e se beneficiaram como nação. Isso foi em 2008 e, desde então, foi um grande impulso. Não só na Austrália, claro, mas em muitos outros países no mundo. O que fizeram na Austrália foi muito significativo”, relatou Stan.
De acordo com o Mitchel, para quem estava envolvido em associações na época, percebeu que essas ações do governo australiano deram um grande impulso na profissionalização do setor. “Isso nos ajudou a chegar aos nossos governos e falarmos ‘olha isso também será importante para nós estrategicamente’”.
Reino Unido e os desafios do FM
Stan apontou que o maior desafio relacionado ao FM do Reino Unido é sobre profissionais. “É difícil encontrar bons profissionais que tenham boa formação necessária para essa área. Acreditamos que isso será um grande desafio conforme evoluímos”.
O palestrante afirmou que a busca pela excelência profissional será sempre uma questão relevante na gerência das organizações. Outra questão que ele identifica como desafiadora é a proteção das marcas. “Você pode passar 20 anos construindo uma marca, mas pode perdê-la em 5 minutos”.
Ele refletiu que assuntos como a sustentabilidade também são de suma importância. “O legado que deixamos como FM para próximas gerações, com a sustentabilidade, sempre estará lá. É preciso levar em conta elementos de convergência para produtividade dos negócios, a tecnologia e os softwares, pois eles são instrumentos para essa disciplina”. Tecnologia que, segundo ele, será completamente integrada ao que o FM irá se tornar num futuro bem próximo.
Experiência global
Aproveitando a oportunidade que o Painel ofereceu, Stan Mitchel também contou um pouco de sua experiência em sua empresa, a Key Facilities Management, oriunda do Reino Unido. “Operamos em 20 países e percebemos, há muito tempo, que o FM era algo emergindo no mundo inteiro. Hoje, temos um mercado mais maduro”.
Stan revelou que o setor começou a prosperar no Reino Unido nos anos 70, 80, porém levaram muito para amadurecerem. “O governo dá uma atenção, mostrando como a indústria está se desenvolvendo e como será a economia para os anos futuros”.
O palestrante narrou um fato interessante de apoio governamental. “Começou durante a crise financeira que afetou o mundo inteiro. O Reino Unido tinha dívidas, mas ainda assim o Primeiro Ministro criou uma pauta e uma equipe sobre FM que reportava diretamente a ele. Isso passou uma mensagem muito importante para nós. Estávamos conseguindo nos comunicar com as pessoas certas e com alto nível no governo. Nisso, conseguimos revolver muitos problemas em termos de economia que não havia sido feita para essa área”.
Em sua experiência com outros países, Stan observou que alguns países que eles fazem negócios, muitos são mercados emergentes e ainda não entendem quando se é falado sobre FM. “Apesar disso, esses países estão correndo atrás bem rápido. Em alguns casos, passamos da linha de aprendizado e hoje aprendemos com eles também. Eles vão alcançar em termos de aplicação e sofisticação”. Stan citou que alguns países asiáticos adotam a tecnologia que eles apresentam.
A empresa de Stan atua no Oriente Médio, Europa Oriental, África. “Alguns desses países têm entregado esse serviço de FM de alta qualidade. O que fizemos foi ter alguém lá para apoiar os processos e trocar conhecimento”, afirmou.
Ensinamentos e obstáculos
“Um tamanho só, não funciona para todo mundo”. Essa é a principal lição que Stan diz ter aprendido. “Se tivermos a atitude de aprender e implantar como foi no Reino Unido para outros países, não vai funcionar. As nuances culturais de país para país, são muito importantes. Se você tentar entender algumas culturas, você pode fazer funcionar
”.
“Não podemos presumir, mas sim entender como funcionam aquelas culturas. A compreensão de FM difere muito”, alertou.
Outro ponto positivo foi como a gestão de pessoas, feita da maneira correta e com respeito, não é um problema, muito pelo contrário. “Temos 25 pessoas trabalhando no Egito e eu poderia levar qualquer uma dessas para o Reino Unido para trabalhar sem problema algum”, relatou.
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