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Jorge Gennari, representante da BCA Chapter Brasil, mostrou a importância de sistemas prediais com projetos bem definidos para se alcançar bom desempenho.

Eficiência é a palavra que melhor define o sucesso de uma boa gestão, não importa o setor da empresa. Em caso de construções e obras, é importante que o Gestor de Facilities esteja alinhado com conceitos modernos que ofereçam uma redução de custos sem perder a eficiência.

O 12º Congresso & Expo ABRAFAC 2017, que ocorreu nos dias 4 e 5 de outubro de 2017, no Tivoli Mofarrej Hotel, em São Paulo, contou com a participação de Jorge Gennari, Presidente da BCA Chapter Brasil (Building Commissioning Association). Junto com Leonilton Tomaz Cleto, da ASHRAE Chapter Brasil, Jorge palestrou sobre Os impactos da operação de sistemas prediais sobre o desempenho das edificações. 

Com 35 anos de vivência em Sistemas Elétricos de Potência, o engenheiro eletricista Jorge Gennari participou de mais de 3 mil intervenções em SEP, a maior parte delas como responsável direto. 

Dentre os clientes atendidos, estão empresas de grande porte no cenário nacional como Rede Globo, Itaú, Santander, BUNGE, Brookfield, etc. Desde 2016 é presidente do Chapter Brasil da BCA – Building Commissioning Association. 

Jorge começou a palestra apresentando os números dissonantes entre crescimento populacional x eficiência energética. “O consumo de energia evoluiu com o tempo com o aumento da população. Porém, desde 1.500, o avanço não foi totalmente relativo ao aumento da população. Enquanto a população foi de 500 milhões para 7 bilhões, 240 vezes de aumento, o consumo de energia evoluiu 115 vezes”. 

Investimento x eficiência energética 

Sobre o mundo corporativo, Jorge explicou os passos que são necessários para se alcançar bons resultados em eficiência energética. “Quando o empresário investe em um empreendimento, ele gasta pouco na fase de concepção. Na fase do projeto, ele já começa a gastar, mas ainda é possível fazer alterações. Na fase de obra, a possibilidade de intervenção despenca e o custo aumenta. Estamos falando de coisas sendo construídas, concreto… Na fase de operação e manutenção, que responde no ciclo de vida do empreendimento 80% do custo, qualquer possibilidade de alteração vai ter reflexo no custo”. 

Segundo Jorge, por isso, vale a pena pensar na eficiência energética e no que será feito, bem antes. “Resumindo: planejamento não é bobagem”, alertou. 

Dicas para uma edificação ser eficiente? 

O especialista deu algumas dicas especiais para se alcançar sucesso em um projeto e execução de edificação: 

  • Projeto precisa ser eficiente: se o projeto é mal feito, de forma inadequada, não adianta construir com coisa cara e tentar mudar o rumo. “Não tem como operar de forma certa se nasceu errado”. Se ouve no mercado muita reclamação questionando “de onde que saiu isso?”. A resposta é óbvia: “isso veio do projeto”; 
  • A obra deve seguir o projeto: parece absurdo, mas tem obra que não é feita com projeto e isso é, infelizmente, muito comum. Muitas obras não seguem o projeto inicial; 
  • A Operação deve ser adequada. 

Jorge salientou que a soma desses três itens fazem a edificação ser eficiente. Se um deles não for comprido, pode ter certeza que você não terá a eficiência esperada. 

Soluções 

Jorge indicou a BCA -Building Commissioning Association, uma associação norte-americana privada, sem fins lucrativos, para fomentar e desenvolver tecnologias para comissionamento que ampliam a eficiência em edificações. De acordo com o palestrante, a associação agrega projetistas, engenheiros, construtoras, investidores, proprietários, entre várias outras especialidades. 

“O Comissionamento é visto nos EUA como uma ferramenta de qualidade no processo. Uma qualidade final de edificação. Isso tem tudo a ver com eficiência”, expôs.

Jorge afirmou que o Brasil ainda está bem atrás em enxergar a importância do comissionamento. “No Brasil, estamos abrigados no diretório nacional da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), que possui 420 associados. Para se ter uma ideia, o BCA conta com 1.200 associados”. 

Casos com Comissionamento 

Jorge apontou que o comissionamento não se restringe ao setor elétrico. Além disso, apresentou alguns casos realizados no Brasil. 

Subestação da TV Globo no Jardim botânico: nesse caso, o comissionador fez o projeto base, antes de saber quem iria executar o serviço. Já se tinha o comissionamento no projeto. “Foi uma oportunidade de se seguir o manual, com todas as etapas definidas e acompanhou-se a construção com testes integrados. No final, tivemos pouco retrabalho”.? 

Jorge destacou que o principal
desse caso era a consciência do proprietário. “O investidor sabia que era necessário o comissionamento para se ter sucesso no final”. 

Edifício Comercial: O proprietário só convenceu-se de fazer o comissionamento após aparecer problemas. “Por algum tempo o empreendimento ficou conhecido como ‘prédio vaga-lume’, pois vivia acendendo e apagando. Ele foi vendido para multinacionais que achavam que alugavam o conceito de Missão Crítica, mas não era nada disso”. 

Jorge alertou para os resultados. “Muito retrabalho pelas falhas de trabalho, falhas do fornecimento do sistema. O prédio já estava operando, o comissionamento foi caro e demorado. Precisou-se resgatar o conceito de Missão Crítica. Foram muitas perdas e multas”. 

Como conclusão, o especialista definiu que o comissionamento é a oportunidade para fazer funcionar – da forma certa. 

No próximo post, mostramos como foi a palestra de Leonilton Tomaz Cleto, da ASHRAE Chapter Brasil. 

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