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O webinar sobre ISO 41.000 teve grande sucesso de público e foi ministrado por Mauro Campos, Consultor em Facility Management

Os objetivos de todo processo de normalização é o de fazer avançar o setor abrangido. Com uma abordagem de aumento da qualidade dos serviços prestados, a norma ISO 41000 propiciará ao setor um incremento na profissionalização e permitirá um maior benchmarking entre as organizações.

Nesta edição do FM Tactics foi mostrada a série de normas ISO 41000: Norma internacional para Facility Management que está em processo de tradução na ABNT pelo comitê 267. Brevemente, as normas 41011, 41012 e 41013 estarão traduzidas e serão publicas.

O Blog da ABRAFAC traz um resumo especial (e o vídeo*) do evento online de enorme sucesso, realizado no dia 28 de novembro. 

*Devido ao enorme número de participantes e lotação da sala virtual, vamos manter por 10 dias o vídeo da palestra no final desse post, com uma promoção especial para quem ainda não for associado ABRAFAC e quiser se associar.

Engenheiro Civil com MBA em Gerenciamento de Facilidades, Consultor em Facility Management autônomo, Associado Fundador da ABRAFAC com mais de 18 anos de experiência em Facility & Real Estate Management no Brasil, Mauro Campos iniciou a palestra falando sobre o que é uma norma, usando como referência o que está na ABNT.

“Norma é aquele documento fruto de um consenso e aprovado por um organismo reconhecido. Toda norma fornece regras, diretrizes mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto”, explicou Mauro.

O especialista que é membro do comitê ABNT 267 (ISO 41.000) — Facility Management, e líder do GT-1, disse que recebe muitos questionamentos se a norma é uma lei, mas ele deixa claro que não é. “Pode acontecer dela ser citada em uma lei, aí sim ela pode ser interpretada com esse devido peso”.

Benefícios de uma norma

Mauro Campos é membro do comitê ABNT 267 (ISO 41.000) — Facility Management, e líder do GT-1.

Mauro esclarece que a importância de uma norma está no fato do mercado fazer uma peneira ao buscar fornecedores que seguem determinadas regras.

“Uma norma possibilita que os produtos e serviços sejam melhores, além de trazer confiabilidade, intercâmbios de conhecimento e tecnologia, intercâmbios comerciais, padronização, terminologia, dimensões, símbolos e segurança, acessibilidade, protocolos de computador, métodos de ensaio e etc”, cita após acrescentar que desde lâmpadas, passando por cadeira de rodas, até o papel A4, seguem normas que facilitam o cotidiano das pessoas e nas empresas.

Histórico da Família de Normas ISO 41.000

Antes de falar sobre a ISO 41.000, Mauro destacou outras importantes normas oficiais como:

EN 15.221 (2006 a 2012) — 7 normas: “Ela tinha como viés o mercado europeu, que é bem maduro em nível internacional, porém, não serviria para outros mercados. Entretanto, essas normas continuam existindo no mercado de origem e são base para outras normas ISO”.

2011 — ISO TC 267: “Trata da norma de facility e, atualmente, tem 28 participantes, contando com o Brasil, e 17 observadores, que não possuem direito ao voto. O Chairman é Stan Mitchell”.

Participação do Brasil (pela ABNT): Foi instalado o CEE-267 em 30/11/2017. O comitê brasileiro que já teve 8 reuniões.

Última reunião ocorreu em 27/11/2018: As normas traduzidas, aprovadas em plenária e que entrarão em consulta pública para posterior publicação são: NBR ISO 41.011, 41.013 e 41.012 (expectativa 1º semestre de 2019).

“Como não participamos desde o início, achamos que seria mais conveniente que elas fossem traduzidas. Vale ressaltar que essa tradução é um enorme desafio de consenso. Nós que somos FM temos nossas particularidades, por isso, não é apenas uma tradução ao pé da letra, o que leva bastante tempo”.

Organização e Conteúdo da série NBR ISO 41.000

Mauro então pontuou como está sendo organizadas as normas:

  • 41.011 — Vocabulário (Estabelece o vocabulário para todas as normas que virão): Sua importância reside no fato de que a linguagem e a terminologia que será usada daqui para frente no mercado poderá ser transmitida e entendida de uma maneira consistente. Isso é muito mais importante do que se pode pensar.

“Temos uma linguagem e terminologia que faz sentido para o mercado, em que ele pode usar de maneira consistente. Isso é fundamental. Só reconhecemos o valor de uma norma quando ela está ausente e traz malefícios”, comentou Mauro.

Um dos pontos mais importantes da norma é referente a definição da profissão e que separa o que é serviço de facility:

Facility Management (3.1.1) — “Função organizacional que integra pessoas, propriedade e processo dentro do ambiente construído com objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas e a produtividade do negócio principal”.

Serviço de facility (3.1.3.1) — “provisão de suporte às atividades primárias de uma organização, entregue por um prestador interno ou externo”.

  • TR 41.013 — Escopo, conceitos-chave e benefícios (07/2017): É um relatório técnico que serve para alertar o usuário e dar uma introdução sobre a influência e benefícios que o facility management pode trazer para qualquer organização. Também serve para dar um insight para aqueles que estão considerando a carreira de FM.

“É uma norma com a importância de comunicar melhor o que é o FM”, sintetizou Mauro.

  • 41.012 — Diretrizes sobre gestão estratégica de compras e desenvolvimento de acordos (04/2017): Essa norma é um guia capaz de se ser usada independentemente do sistema de gestão e extremamente útil. Dará ao usuário a capacidade de se guiar no momento de estabelecer uma excelente parceira entre a organização demandante e o prestador do serviço. Por considerar importantes aspectos da relação bem no início da formação do acordo, esse guia permite que a parceria seja mais duradoura, transparente e traga reais benefícios para os dois lados da mesa.

“Ela pode ser usada por qualquer organização, adotando ou não toda a série 41.000. Ela fala sobre contratos e possui o intuito de ser um guia para o tomador e o fornecedor do serviço”, explicou o palestrante.

  • 41.001- Management Systems — Requirements with guidance for use (04/2018): Como uma norma sobre sistema de gestão, ela abrange a gestão de atividades e como elas deve ser estruturadas para alcançar eficiência e eficácia para entregar valor às partes interessadas. Essa norma, como as conhecidas ISO 9.001, 14001, etc., é passível de certificação e irá demonstrar o quanto a organização tem foco e uma atuação consistente em FM.

“Ela ainda não está traduzida, mas é um sistema de gestão, auditável e certificável. Ela mostra como podemos estruturar e como capacitar nossos times para atingir eficiência”, ponderou.

Mauro explicou também que a estrutura da 41.001 segue o Annex SL High LEvel Structure publicada em 2012. Portanto é alinhada com as demais normas o que possibilita a integração muito simples com outras normas de gestão, aumentando a eficácia do sistema.

Suas partes são:

– Contexto da organização;
– Liderança;
– Planejamento;
– Suporte;
– Operações.

O que vem por aí

O especialista também citou o que falta ser feito pelo comitê técnico, que é basicamente a elaboração das novas e a tradução delas:

  • 41.014 — Development of FM Strategy;
  • 41.015 — Influencing behaviour for improved facility outcomes and user experience;

“Essas terão a nossa participação, o que vai facilitar também na tradução, pois faremos parte dos debates e processos. A partir daí, quem sabe, podemos fazer uma norma brasileira, voltada apenas para o nosso mercado, através da ABNT”.

Qual o impacto para o mercado?

Mauro destacou que autoridades no assunto pontuam que o FM pode cimentar sua importância econômica e social no sucesso das nações e organizações. Existe a possibilidade de redução da arbitrariedade de preço e facilitação de um foco maior no valor do serviço entregue.

“A maturidade do mercado ocorre quando as peças e ferramentas são entendidas por todos. Além disso, com uma norma é possível que as organizações façam comparações internas e também externas, promovendo a melhora contínua”, comentou.

Ao final do FM Tactics, Mauro respondeu a uma série de perguntas, além de convidar a todos os profissionais de Facilities a participarem da consulta pública que será aberta em breve.

Versão para compra

Mauro respondeu que as normas ainda não estão disponíveis para a venda na versão brasileira, porém, estarão em meados do próximo ano.

Análise de riscos

Sobre análise de riscos, Mauro afirmou que a norma cobre esse assunto.

Consulta pública

A consulta pública funciona com a ABNT disponibilizando as normas no site da associação em um período de 30 dias. Elas não podem ser alteradas, mas ficaram disponíveis para a visualização dos interessados.


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01 ago 2022

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A Lei no 13.589, de 4 de janeiro de 20181, determina que todas as edificações de uso público e coletivo, que apresentam ambientes de ar interior climatizado, devem dispor do chamado Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) para os seus sistemas de climatização, a fim de eliminar ou minimizar riscos potenciais à saúde dos indivíduos.

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