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Muitos arquitetos questionam sobre quem procurar nas empresas para apresentar seus portfólios e como conseguir ser escolhido numa concorrência. Por outro lado, os colegas da área de facilities demandam arquitetos ou escritórios de arquitetura corporativa para melhoria do espaço de trabalho que sejam bons, baratos e rápidos.

Terezinha Santos

Muitos arquitetos, colegas meus interessados em clientes corporativos, questionam sobre quem procurar nas empresas para apresentar seus portfólios e como conseguir ser escolhido numa concorrência. Por outro lado, os colegas da área de facilities demandam arquitetos ou escritórios de arquitetura corporativa para melhoria do espaço de trabalho que sejam bons, baratos e rápidos.

Esses questionamentos não são incomuns considerando que, como profissional de arquitetura e facilities, conheço os dois lados da situação.

Em 2018 a Office Connection, um espaço para segmentos de arquitetura corporativa dentro da feira High Design, reuniu arquitetos e profissionais de facilities para participarem de palestras sobre suas respectivas áreas de atuação. Uma iniciativa muito positiva e pertinente de interação entre as duas áreas visto que a preocupação com a melhoria do espaço de trabalho, como meio de atração e retenção de talentos, tem sido uma constante.

E devido a essa valorização do Workspace e da importância de criar espaços de trabalho que promovam a experiência do usuário, há quem se arrisca a chamar a área de facilities de Workplace pelo valor que os profissionais de facilities agregam ao ambiente de trabalho. Nomenclaturas à parte, o fato é que para a melhoria do ambiente físico de trabalho precisamos contar com dois profissionais-chave para atingir um resultado satisfatório.

De um lado o profissional de facilities, conhecedor das carências e necessidades de seus clientes internos e da organização e do outro o arquiteto corporativo que demandará, do responsável pela contratação de seus serviços, todas as informações necessárias para atender às expectativas e às necessidades daquela empresa de forma satisfatória e, através de seu conhecimento técnico, propor as melhores soluções. Entretanto, para que essa parceria aconteça, o profissional designado pela empresa ou geralmente o gestor de facilities precisa definir o escopo e abrir uma concorrência para a escolha do arquiteto ou escritório de arquitetura.

Nesse cenário, os profissionais e escritórios de arquitetura deparam-se constantemente com concorrências por preço e muitas vezes “pagam” para trabalhar quando despendem horas montando uma proposta, e, em alguns casos, até apresentam um estudo preliminar com direito a imagem 3D, sem nenhuma remuneração prévia, na expectativa de ganhar a concorrência e quando não ganham, além do escritório ficar com o prejuízo não recebem o feedback dos clientes e ainda correm o risco de terem suas ideias copiadas.

Um movimento chamado Concorrência com Valor, uma iniciativa da Asbea – Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura- em parceria com a ABEDESIGN – Associação Brasileira de Empresas de Design-, tem como objetivo a melhoria do processo de concorrência onde as partes, profissional de arquitetura e cliente, ganham.

Conforme consta no Manifesto da concorrência com valor: “O objetivo é a valorização da atuação profissional do arquiteto. A campanha Concorrência com Valor é o início de um processo através da conscientização dos contratantes de como organizar uma competição em que todos saiam ganhando ao pautar a igualdade de condições, a transparência e a remuneração justa que possibilite o nosso setor a continuar contribuindo para o crescimento econômico e melhoria da sociedade através do projeto.”

Os profissionais de facilities, por sua vez, recebem a demanda de melhoria do espaço de trabalho geralmente de seus superiores motivados por vários fatores e muitas vezes sem definição do escopo e precisam trabalhar com informações limitadas, com pouca ou quase nenhuma verba e com a urgência que demanda a organização em meio a tantas outras atividades de responsabilidade de suas áreas.

Se por um lado vemos uma classe querendo ter sua atuação profissional valorizada por outro lado encontramos uma classe que ainda precisa desenvolver a competência de contratação de profissionais de arquitetura. Apesar das realidades serem totalmente distintas todos estão em busca de um mesmo resultado que é gerar valor através da concretização da melhoria do espaço de trabalho e onde todos ganham.

E como chegar a um denominador comum?

Recentemente, a CoreNet em parceria com a Asbea promoveu um debate com profissionais de arquitetura e facilities para falar sobre os novos espaços de trabalho e os desafios na contratação dos serviços de arquitetura onde os profissionais tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a realidade de cada um dos envolvidos.

As iniciativas de debates e Talks como promovidos pela CoreNet e Office Connection entre os profissionais de arquitetura e facilities e as ações do movimento Concorrência com Valor da AsBea contribuem significativamente para a sinergia entre as áreas. Permite que as duas áreas entendam as dificuldades e limitações pertinentes a cada uma e juntas cheguem a uma solução onde todos ganham.

Estamos vivendo um momento de compartilhamento, parcerias e união de forças. É necessário que os profissionais de arquitetura trilhem o mesmo caminho que os conduzam à valorização da categoria e cobrem do mercado esta mesma valorização através de uma concorrência por valor, e não por preço, de forma igualitária, justa e ética.

Os profissionais de facilities neste contexto precisam estar preparados para as demandas de melhoria do espaço de trabalho. No treinamento Gerenciamento de Espaços para facilities da Universo Facilities reforço a necessidade do gestor desenvolver a competência da gestão estratégica, trabalhar ao lado dos tomadores de decisão da empresa para se antecipar às mudanças de melhoria do espaço de trabalho, desenvolver a competência de contratação de escritórios de arquitetura e montar um escopo que sirva para uma concorrência igualitária e justa porque não dá, como se diz no mercado comparar “banana com abacaxi”. Se o escopo não for bem detalhado dificilmente se conseguirá avaliar as propostas corretamente.

Quando as duas áreas se conectam e desenvolvem uma sinergia todos ganham. Sendo assim, é importante montar um Bid process com escopo bem definido tanto para apoiar os profissionais de arquitetura quanto os de facilities.

Para os profissionais de arquitetura permite terem clareza do que o cliente está cotando e assim apresentar um orçamento que contemplará as mesmas informações para todos que participarão da concorrência apresentando uma proposta baseada em valor e para os profissionais de facilities permite montarem o quadro de avaliação dos orçamentos de forma a facilitar a escolha da melhor proposta dentro do que foi solicitado.

Portanto, quando as duas áreas se conectam e desenvolvem uma sinergia todos ganham.


Terezinha Santos é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Paulista (UNIP) e MBA em Gerenciamento de Facilidades pela Universidade de São Paulo (USP). Possui especialização em Design de Interiores e também em Projetos para Ambientes de Trabalho, “Geprüften ArbitsplatzExpertin” pela Mensh & Büro Akademie – Alemanha.

Possui ampla experiência em projetos para escritórios e gestão de Facilities e trabalhou em empresas multinacionais de origem alemã e francesa.
Apaixonada por assuntos relacionados às novas relações de trabalho e a influência do ambiente de trabalho na qualidade de vida e bem estar das pessoas, fundou em 2017 a Universo Facilities, empresa cuja proposta é fornecer serviços para a melhoria do espaço de trabalho através de Projetos, Consultorias e Treinamentos.


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