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Seu atual ambiente de trabalho fomenta a interação social entre colaboradores? Confiança não é um valor que se transfere fora da esfera de relacionamento pessoal. Ambientes de alta performance, consideram a montagem de uma área que suporta a integração social entre os colaboradores.

Rodrigo de Calazans Ponte

Já é parte do senso comum a importância de se trabalhar em equipe. Contudo, confiança não é um valor que se transfere fora da esfera de relacionamento pessoal. Um fato é que só dividimos ideias inovadoras com aqueles que conquistaram nossa confiança.

Pense por um instante em três pessoas que são merecedoras de sua confiança. Dificilmente elas estarão fora de seu convívio pessoal e familiar. Mesmo que o relacionamento tenha nascido num ambiente de trabalho ou educacional, o estreitamento dos laços pessoais é sempre o lastro para a construção da confiança.

Nesse contexto, o quanto seu atual ambiente de trabalho suporta ou fomenta a interação social entre colaboradores? Como o gestor de facilities pode se posicionar estrategicamente para ser um embaixador desta tendência?

Segundo pesquisa WPS Latam da empresa de arquitetura americana Gensler®: “Na América Latina, incluindo o Brasil, por muitos anos as estratégias voltadas ao local de trabalho foram amplamente embasadas em tendências de outros países no que se refere a pesquisa e informação. Como muitas empresas migraram para a região no intuito de expandir seus negócios ou estrategicamente transformarem o modelo de negócio, seus padrões globais muitas vezes estabelecem um precedente para os modelos locais de trabalho.”

“Os trabalhadores e organizações latino-americanas devem procurar um ambiente de trabalho culturalmente relevante que abranja as tendências globais, adaptando-se ao estilo de vida local.”

A pesquisa ressalta o quanto a socialização e o trabalho em equipe são relevantes às organizações, principalmente quando comparadas às demandas de empresas dos Estados Unidos e Inglaterra.

“A colaboração, crescente e mais eficaz, continua a ser exibida pelas empresas mais inovadoras do mundo – e os trabalhadores latino-americanos são alguns dos melhores neste ponto. Locais de trabalho de alto desempenho apoiam esta preferência para trabalhar em equipes, ao mesmo tempo empregando estratégias direcionadas para garantir que o trabalho individual focado tenha também um lugar no escritório.”

Tendo em mente a relevância do relacionamento pessoal e seu impacto sobre os negócios, é cada vez mais importante suportar positivamente as demandas dos colaboradores e direcionar a construção de resultados com intencionalidade.

Ambientes de alta performance, como a Plaza no conceito Living Office, consideram a montagem de uma área com características de “Third Place”. A Plaza suporta a integração social entre os colaboradores, tanto para um café pela manhã, uma reunião ao longo do dia ou um momento de descontração ao final do expediente. Manter o ambiente em condições de limpeza e alimentação saudável disponíveis e em local atrativo, são formas de convidar o usuário a se apropriar dos espaços inclusive para interações sociais informais.

Em 1989 o sociólogo americano, Ray Oldenburg cunhou o termo “Third Place” ou Terceiro espaço em seu livro “The Great Good Place”, ainda sem tradução para o português. Ele definiu o lar como primeiro espaço de convivência e o trabalho como o segundo para o indivíduo médio.

“Third places” são aqueles lugares em que não estamos nem casa e nem trabalhando. Clubes, bares, associações e grupos religiosos são exemplos de situações em que a socialização e a convivência são o objetivo principal. Hoje estes espaços assumem um papel muito maior em nossas vidas e na definição de quem somos. Para alguns indivíduos, estes espaços tornaram-se, de fato, uma necessidade.

Os terceiros lugares também são singulares no conceito de desenvolvimento de ambientes de trabalho porque unem gerações muito mais do que outros ambientes.

Segundo o site americano embracetheplace.com, os “third places” têm características comuns:

1 – Representam uma experiência pessoal

“Third places são pessoais, mas não necessariamente em nível individual. É a experiência que é pessoal.”

2 – Preenchem uma necessidade pessoal

“Às vezes a necessidade é de interação social. Às vezes a necessidade é de criatividade. Outras vezes fica em torno do bem-estar pessoal. Pode ser a necessidade de realização ou descontração.”

3 – Nos tiram de casa e do trabalho e são tão importantes quanto os primeiros, por que definem quem somos:

“Nós permitimos que os Third places” nos definam. Uma geração atrás, José era o contador do terceiro andar.” Hoje, José é “o cara presidente do Harley club.”

4 – Têm função pessoal para cada um de nós

“Precisamos das experiências que os “third places” nos proporcionam. Se gostamos da Liberdade e caminhadas ou ciclismo, é razoável entender que os benefícios do exercício nos agradem e como resultado seja valoroso para nós.”

5 – Ficam à nossa disposição

“Os compromissos ficam menos importantes – e pressionam menos.”

Cabe ao gestor de facilities alinhar estratégias com o time de RH e gestão de talentos para incentivar o uso dos espaços e reforçar uma cultura de confiança e co-criação.  Cursos diversos, eventos de degustação, clubes do livro, grupos de atividades, programas do tipo “medida certa”, são exemplos simples de ferramentas visando o engajamento que devem ser apoiadas e incentivadas pela equipe de facilities em parceria com o time de gestão de pessoal.

Seu escritório oferece espaços que suportam a interação social e mesmo os assuntos fora da esfera profissional? O quanto a cultura da sua empresa permite e mesmo fomenta esta interação?


Rodrigo de Calazans Ponte é Gerente de Contas Herman Miller e autor do blog workplaceStrategy.com. Atua em negócios B2B há quase 20 anos e é focado em fazer do escritório uma ferramenta de engajamento e performance, pela construção de jornadas de experiências dos colaboradores.


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