CONSTRUTIBILIDADE & MANTENABILIDADE: – A garantia operacional e funcional de um hospital.
Um hospital é uma construção diferente. Por ter como premissa básica a capacidade da operação ininterrupta e estar intimamente ligado a vida dos pacientes o nível de confiabilidade requerido é acima normalidade. Ao idealizar um projeto seus criadores devem se preocupar com a disponibilidade dos sistemas, garantia da segurança dos usuários, dos pacientes e dos colaboradores, e o retorno econômico-financeiro para a instituição.
A RDC-50 ANVISA menciona a quebra de um projeto em três fases consecutivas – Estudo Preliminar, Projeto Básico e Projeto Executivo. Já a JCI indica seis fases: Planejamento, Anteprojeto, Projeto Arquitetônico, Documentos de Construção, Construção e Comissionamento. A diferença está no foco dos registros e documentos do projeto.
Em minha opinião, a engenharia conceitual ainda na fase de Estudo Preliminar á a maior responsável qualidade e eficiência por garantir a facilidade da manutenção posterior dos sistemas e dos equipamentos.
Não podemos esquecer que um bom gerenciamento de riscos na fase inicial do processo garantirá um bom projeto básico e consequentemente uma boa engenharia de detalhamento.
Desatender as normas técnicas, legais e procedimentos de certificação e acreditação podem inviabilizar a liberação de licenças e alvarás de funcionamento e em casos mais graves multas e interdição para as devidas correções.
Portanto, iniciar uma obra apenas com o projeto básico sem a devida elaboração dos documentos de construção compatibilizados e sem uma análise pré-obra trará transtornos irreparáveis para a organização.
Um bom projeto deve prever fácil acesso às instalações e equipamentos de cada sistema bem com redundâncias que permitam as paradas para manutenção sem impactar as rotinas e atividades diárias.
A Saúde é dinâmica e a medicina tem evoluído de forma acelerada trazendo a potencialização das soluções tecnológicas para a modernização e humanização dos ambientes.
Acreditamos que conceito de “EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO” nos ambientes de uma organização de Saúde deve balizar as discussões de engenharia, arquitetura e tecnologia médica dos projetos e obras em três etapas distintas:
(1) DIAGNÓSTICO SITUACIONAL: capacidade assistencial versus capacidade das unidades de apoio (Engenharia Clínica; Engenharia Hospitalar; Faciliteis e Segurança Patrimonial);
(2) PLANO ESTRATÉGICO DO NEGÓCIO: foco na eficiência dos processos para o conforto e acolhimento do CONSUMIDOR DE SAÚDE;
(3) PLANO DIRETOR: gestão dos recursos físicos e tecnológicos integrados às diretrizes administrativas e de assistência à saúde.
Na perspectiva do FACILITY MANAGEMENT a interação das PESSOAS, EDIFÍCIOS e EQUIPAMENTOS garantirá a sustentabilidade e a operação dos sistemas.
PESSOAS e PROCESSOS, buscando a melhoria da produtividade e da eficiência das organizações de saúde.
Em tempos de transformações, novas tecnologias e novos materiais exigem entendimento e compreensão dos processos envolvidos na estratégia do negócio para atender aos públicos: interno e externo.
Ambientes com características voltadas ao CONSUMIDOR DE SAÚDE sustentam o dia a dia organizacional. A HUMANIZAÇÃO melhora a recuperação. A EFICIÊNCIA DAS EQUIPES é o resultado de uma boa GESTÃO DOS FLUXOS operacionais.
A ANÁLISE POST MORTEM da infraestrutura demonstrará se os custos operacionais atendem ou não às premissas baseadas no mapeamento dos processos, gestão de riscos, experiências de usuários e resultados previstos.

George Hebert Santos responde pelo tema de Hard Servicecs no Comitê de FM Health da ABRAFAC e é Engenheiro Civil e Administrador de Empresas Fundador e Co Owner na Quantum Consultores Associados.