Mais colaborativos e dinâmicos, espaços compartilhados são opções estratégicas
Uma questão que predominou no painel FM of The World, realizado no segundo dia do Congresso & Expo ABRAFAC 2018, foi em relação aos modelos de trabalho que estão em alta no mercado internacional. Existe um movimento global bem intenso sobre a flexibilização dos locais de trabalho, refletindo em redução de custos e processos mais dinâmicos.
Nosso blog aborda hoje o assunto que pode servir como inspiração para Gestores de Facilities que buscam inovar em suas ações.
Durante o painel internacional FM of The World, Yvet Brummelhuis, proprietária da The World of YES, deu seu ponto de vista sobre o mercado holandês de Facility. “Temos organizações que não oferecem locais de trabalho, apenas dão a ferramenta de serviço e deixam os colaboradores trabalharem de onde acharem melhor. Essa é a nossa situação atual”.
Não é só na Holanda que situação do tipo está mais comum, trata-se de uma tendência com grande ascensão ao redor do mundo e deve acelerar ainda mais nos próximos tempos. De acordo com relatório Your Space da Knight Frank, empresa especializada no ramo de escritórios compartilhados, mais de dois terços das corporações globais planejam estender seu uso de espaços flexíveis de colaboração nos próximos três anos.
O relatório, divulgado nesta semana, aponta que as empresas globais pretendem operar cada vez mais a partir de espaços flexíveis, como nos serviços de coworking. A motivação para a mudança vem do entendimento que o conceito de espaço compartilhado é mais colaborativo e oferece a liberdade de expandir e contratar rapidamente de acordo com as condições do mercado.
Veja alguns dados levantados pelo relatório:
- Dois terços das empresas pesquisadas pela Knight Frank relataram que o espaço de trabalho compartilhado, ou flexíveis, compreendem 5% ou menos de seu espaço de escritório atual;
- Uma pequena minoria, menos de 7%, disse que o espaço de trabalho flexível excede um quinto de seu espaço organizacional total;
- 69% das corporações globais planejam aumentar o uso de espaços de compartilhados;
- 80% esperam expandir a quantidade de espaço colaborativo que usam nos próximos três anos;
- Quase metade (44%) afirma que o espaço flexível constituiria até um quinto de todo o espaço de escritórios nos próximos três anos;
- 16% estimam que aproximadamente a metade de sua área de trabalho globalmente seria operada dentro de um espaço flexível nos próximos três anos;
- Mais da metade das empresas (55%) identificaram a maior flexibilidade como o principal fator dessa mudança, com uma proporção significativa de 11% afirmando que a dinâmica colaborativa promovida entre os trabalhadores é o principal benefício;
- Uma incrível maioria dos entrevistados (75%) afirmam que a produtividade pessoal ligada ao bem-estar e à felicidade aumentaria à medida que mudassem para um novo modelo flexível e colaborativo de ocupação, mais adequado às estruturas de negócios e aos estilos de trabalho de hoje.
Escritórios compartilhados no Brasil
Mesmo que ainda lento, o Censo Coworking Brasil 2018, divulgado pelo portal Coworking Brasil, apontou grande crescimento neste ano em relação ao ano passado para o mercado de escritórios compartilhados.
Em 2017, o mercado de escritórios compartilhados havia dobrado de tamanho e, mesmo que em 2018 essa taxa tenha caído, o crescimento ainda é acelerado.
No país, existem cerca de 1.200 espaços conhecidos. Eles variam de cinquenta a cinco mil metros quadrados e estão tanto nas capitais quanto no interior. O Censo investigou todos os municípios com mais de 150 mil habitantes e foram encontrados espaços de coworking em 169 deles.
O censo apurou que:
- 127 milhões de reais foram movimentados em 2018 (aumento de 57%);
- 214 mil pessoas circulam nos ambientes de coworking (acréscimo de 2%);
- 88 mil estações de trabalho estão disponíveis (crescimento de 57%);
- 7 mil empregos diretos (aumento de 100%).
Incerteza econômica impulsiona modelo
Em entrevista para o portal FM World, Dr. Lee Elliott, chefe global de pesquisa na Knight Frank, afirmou que uma década de incertezas econômicas foi a responsável por remodelar a forma que as maiores empresas do mundo estão compreendendo o espaço de trabalho.
“Horizontes mais curtos de planejamento de negócios, juntamente com o surgimento de estruturas corporativas novas e mais ágeis, impulsionaram a demanda por espaços flexíveis, o que permite que as empresas reajam rapidamente às mudanças”, ponderou.
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