As questões mais pertinentes sobre os mercados de FM na Europa, África e América do Sul
O painel FM of The World, que ocorreu no segundo dia do Congresso & Expo ABRAFAC 2018, mostrou quais as principais diferenças, desafios e prioridades na Gestão de Facilities nas diversas partes do mundo. A curiosidade em relação ao nível do Brasil, prendeu a atenção de todos do auditório.
Os participantes foram: a holandesa Yvet Brummelhuis, The World of YES (leia o resumo da palestra aqui); Kim Veltman, administradora da SAFMA (Associação Sul Africana de Facilities) (veja como foi a apresentação aqui); e Douglas Pacifico, Gerente de Facilities da Robert Bosch. A moderação foi de Thiago Santana, Vice-Presidente da ABRAFAC.
Douglas começou falando sobre o seu papel na América Latina. “A Robert Bosch é uma empresa internacional, com origem alemã. Sou responsável da matriz em São Paulo (a maior da região), e nosso setor atende as iniciativas, projetos de diferentes localizações como no Peru, Argentina, Colômbia e Paraguai”.
Em relação ao mercado da América Latina, Douglas disse perceber um contraste com o que é feito na Holanda. “Não temos esse desenvolvimento profissional dentro da função de Facilities, principalmente sobre educação, normas… Estamos mais próximo ao nível da África do Sul. Porém, o Brasil está progredindo, principalmente quando vemos esse Congresso da ABRAFAC. Alguns países estão bem atrás da gente. No entanto, existem iniciativa incríveis ocorrendo no Chile, Peru, entre outros. Em países menores, existe uma dificuldade maior em encontrar mão de obra de qualidade para setores estratégicos do Facility”.
Quando perguntada sobre as diferentes percepções das organizações, o lado exigente do cliente e a necessidade de geração de valor por preços mais baixos, Kim Veltman assumiu que essa contradição é desafiadora. “Os Facilities vendem o serviço como se ele fosse reduzir o máximo de custos, porém, nem sempre esse é o caminho. Além disso, o setor público, por exemplo, apresenta regulações que refletem problemas com a qualidade”.
Yvet disse que na Holanda todos sabem que terceirizar é mais em conta, porém, também traz mais desafios como gestão de contratos, dos fornecedores, além da necessidade de se cobrar qualidade e manter pessoas próprias na organização nessas funções estratégicas.
Os desafios da capacitação
Para Yvet, o moderador perguntou sobre a capacitação dos profissionais ligados ao setor na Holanda. “Temos muitos especialistas capacitados, como Engenheiros, mas nem sempre eles são ideais. Existe uma questão delicada que é a regulamentação de empresas que obrigam a contratação por cotas, o que se reflete na falta de profissionais habilitados de etnia afrodescendente, por exemplo. Isso se reflete em vagas difíceis de se preencher, principalmente no setor público”.
Yvet afirmou que não existe uma falta de profissionais de Facilities na Holanda, pois houve uma conversão dos cursos técnicos para a Gestão de Facilities. “Ainda não temos crianças que sonham em exercer a profissão, porém, temos modelos educacionais que incentivam o setor, oferecendo até a possibilidade da Gestão de Eventos por meio do estudo da Gestão de Facilities, por exemplo”.
Modelos flexíveis de trabalho
Thiago instigou sobre as diferentes gestões de funcionários, com escritórios mais flexíveis e modelos inspiradores. Yvet respondeu que, na Holanda, essa é uma questão que está dividindo as empresas. Ela pontuou que algumas estão apostando nos modelos mais novos de escritórios, visando o compartilhamento de espaço e a inovação, enquanto outras não oferecem espaço físico de trabalho, permitindo que o colaborador atue de qualquer lugar, como quiser.
Para Douglas, o moderador questionou sobre o engajamento nos ambientes de trabalho. “Essa é uma tendência perceptível. Sobre os modelos mais flexíveis de trabalho, no Brasil, atualmente, não é muito comum para os profissionais, principalmente o Home Office. E isso não é sobre lei, mas sim como será essa gestão. Aqui, a nossa cultura, além das leis, ainda não compreende essa flexibilidade do mesmo nível de outros países”. Douglas acrescentou que nos países da América Latina, no geral, se predomina uma cultura mais tradicional, com horários fixos.
Sobre essa mesma questão, Kim afirmou que é uma questão cultural. Na África do Sul, as pessoas estão acostumadas a irem ao trabalho. “Empresas estrangeiras precisam se adaptar com esse fator cultural, por exemplo. Além disso, algumas pessoas não podem exercer suas funções por limitações básicas como falta de energia elétrica, internet, entre outros fatores”.
Percepção do setor
Thiago finalizou querendo saber sobre como é a percepção da profissão nas diferentes regiões. Kim respondeu que a associação oferece um registro para incentivar a importância da área de Facilities.
Douglas identificou que o Brasil está adiantado na questão de fornecimento, porém, ainda possui uma escassez de mão de obra qualificada.
Yvet ponderou que uma das ações realizadas na Holanda veio de uma associação que criou uma grande rede com os Gestores de Facilities e que eles são ativos para mostrar o comprometimento da área com a sociedade. “Eles não têm medo de conversarem uns com os outros, não se veem como concorrentes e, dessa forma, compartilham conhecimento para o fortalecimento da área”.
Fique de olho em nosso blog para o resumo das outras palestras!
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