Kim Veltman, administradora da SAFMA (Associação Sul Africana de Facilities), apresentou seu ponto de vista
Dentro do painel FM of The World, realizado no segundo dia do Congresso & Expo ABRAFAC 2018, foram discutidas quais as principais diferenças, desafios e prioridades na gestão de Facility nas diversas partes do mundo. A curiosidade em relação ao nível do Brasil, prendeu a atenção de todos do auditório.
A primeira palestrante foi Kim Veltman, administradora da SAFMA (Associação Sul Africana de Facilities), que apresentou seu ponto de vista contextualizando a situação do país do continente africano. Nosso blog traz agora um resumo de como foi sua enriquecedora palestra.
Kim deu início a sua explanação mostrando uma pesquisa realizada pela associação sobre os principais players que utilizam FM:
- Prestadores de serviços de FM terceirizados;
- Operador FM interno;
- Empresas de Propriedade que fornecem serviços de FM;
- Setor comercial;
- Setor industrial;
- Setor residencial.
Kim seguiu dizendo que o valor do setor na África do Sul é de 14,77 bilhões de Rand (moeda local), algo em torno de 1 bilhão de dólares, com dados de 2016. O crescimento da indústria em relação ao PIB foi de 1,2% em 2017 e tem expectativa de fechar com 1,4% neste ano.
Sobre a SAFMA, a palestrante revelou que fazem parte por volta de 1.200 associados e a associação existe há 20 anos. “Atualmente, a estimativa é que existem cerca de 25 mil profissionais de facilities na indústria da África do Sul”.
Os desafios pós Apartheid
O regime de segregação racial adotado entre 1948 a 1994, na África do Sul, conhecido como Apartheid, traz reflexos até hoje no mercado. De acordo com Kim, o índice de desemprego oficial atualmente é de 25% e o não oficial chega aos 40%. “Existe um grande número de pessoas na população que não possui nenhuma qualificação profissional. No Apartheid, a educação era apenas a básica para pessoas de cor negra. Elas não tinham oportunidades de aprender uma profissão e isso se refletiu hoje”.
Sobre a questão de diversidade nas organizações, a palestrante explicou que existe um incentivo da constituição vigente. “Temos leis na África do Sul que incentivam as empresas oferecendo uma nota de confiança, para isso, elas precisam empregar um certo número de profissionais de diferentes etnias e gêneros, assim como na escolha de seus fornecedores”.
Capacitação e tendências
Kim acrescentou que no país há uma escassez de profissionais como engenheiros, especialistas na área comercial, de gestão, contabilidade, administração, motoristas, professores, entre diversas outras categorias. “Sem dúvidas, o maior desafio da África do Sul é a falta de capacitação”.
Por isso, a participante do painel também afirmou que, na sua visão, o maior impulsionador da indústria de maneira geral é a capacitação. “Em meu país, temos apenas um ou outro curso disponível, por isso, a maioria das pessoas entra no setor de Facilities na prática”.
Apresentando outra pesquisa, Kim pontuou que a terceirização é uma forte tendência no país. “As organizações estão buscando economizar. Porém, ao mesmo tempo, as empresas querem criar relacionamentos com os fornecedores”. Todavia, a palestrante ressaltou que no setor público existe uma proibição de licitações que tenham mais de cinco anos.
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