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Publicado em 30 de dezembro de 2015

Os principais erros de pequenos empreendedores na gestão dos seus funcionários
Escrito por Alexandre Rangel, especialista em gestão de pessoas

Quando o empreendedor inicia seu negócio, não tem ideia do que seja gerenciar pessoas e, muito menos, das consequências de uma má gestão. Inexperiente nessa questão, o pequeno empresário centraliza seus cuidados na satisfação dos clientes, pois, sem eles, não há entrada de dinheiro. Assim, o foco é outro: o lucro. Ele, então, passa a trabalhar no binômio cliente-lucro e se esquece de focar também nas pessoas. Os empreendedores bem-sucedidos ampliam o horizonte e focam no trinômio pessoas-clientes-lucro.

Por que focar nas pessoas? Funcionários comprometidos e motivados atendem melhor os clientes, que, por sua vez, ficam satisfeitos e fazem a propaganda boca a boca. Isso resulta em aumento de clientes e, por consequência, gera melhores resultados.

Pergunte a um empreendedor o que ele espera de seus funcionários, e a resposta será: “comprometimento com a empresa”. Se isso é tão importante, o que faz com que os funcionários não se mostrem tão comprometidos quanto o empresário deseja?

Relacionei quatro erros que são cometidos pelos empreendedores, e que contribuem para a desmotivação e apatia dos funcionários:

1. Não estabelecer objetivos e metas
A sensação de estar trabalhando na construção de algo maior é fundamental no processo de comprometimento. Ao estabelecer objetivos e divulgá-los para os colaboradores, o empreendedor mostra um norte que servirá de bússola para as pessoas. Ao conhecer os objetivos da empresa, cada colaborador poderá contribuir de forma a cumprir suas metas individuais para chegar ao norte traçado.
Quando ele enxerga seu trabalho atrelado a um objetivo maior, a sensação será de conquista, e isso colabora com o senso de pertencimento, o que leva a um grau maior de comprometimento. Quando isso não acontece, os funcionários se sentem como peças descartáveis na engrenagem da organização, e o nível de empenho é praticamente nulo.

2. Não envolver os funcionários no planejamento
Como empreendedor é o fundador da empresa, que criou praticamente sozinho todos os processos de trabalho, é normal que resista a fazer mudanças nos procedimentos adotados. Entretanto, com o crescimento da empresa e com novas pessoas contratadas, as rotinas de trabalho precisam ser atualizadas.
Se o empreendedor tiver uma postura centralizadora, e não envolver os funcionários no planejamento das melhorias dos processos, estará cometendo um grave erro de gestão. O grau de comprometimento e de motivação das pessoas aumenta de forma significativa quando elas são ouvidas e participam do planejamento dos processos de trabalho.

3. Não treinar, não capacitar os colaboradores
A contratação de um novo funcionário normalmente acontece quando já não se consegue trabalhar com o quadro existente. Assim, quando o funcionário começa a trabalhar, não encontra tempo para passar por um processo de integração e treinamento.
Ele aprende os processos à medida que vai executando suas tarefas. Além disso, é possível que peça ajuda a seu gestor e aos colegas mais antigos. Esse é mais um erro grave na gestão de pessoas. A falta de capacitação gera fadiga e desestimula, o que acarreta um baixíssimo grau de comprometimento.

4. Não permitir que as pessoas inovem
São necessidades básicas do ser humano: ser ouvido, ser reconhecido e ter o direito de errar. Não permitir que as pessoas inovem contraria essas necessidades básicas, pois as pessoas deixam de expressar suas ideias, perdem a condição de ser reconhecidas por sua criatividade e deixam de aprender com os próprios erros.
As pessoas desejam contribuir e sentir-se valorizadas. Caso contrário, cairão na rotina, e o tédio se instalará no ambiente de trabalho. A sensação de inovar e crescer aprendendo com os próprios erros é um fator de motivação, e contribui para o aumento do grau de comprometimento.

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